Em 2011 fizemos um tour pela Ásia. Pequim, claro, não
poderia ficar fora do roteiro.
Ficamos hospedados no Raffles Beijing Hotel. Muito bom. Staff
super atencioso, instalações impecáveis e localização perfeita: pertinho da
Cidade Proibida, palácio que serviu por mais de cinco séculos como residência
do imperador.
Decidimos começar nosso passeio pelas redondezas do hotel,
com visita, lógico, à imperdível Cidade Proibida.
Saímos do hotel caminhando. Chegando ao nosso destino,
tiramos a típica foto em frente à imagem de Mao Tsé Tung. Depois atravessamos os portões, que dão para
pátios enormes.
Estava eu apreciando tudo, quando meu marido, pálido, diz:
-Precisamos retornar para o hotel.
- Por que? Não vai me dizer que esqueceu o dinheiro e não
temos nem para os ingressos...
- Não é isso, preciso ir ao banheiro.
- Vamos procurar um banheiro público. Nessa área de
723.633m² o que não deve faltar é banheiro! respondi, na tentativa de salvar o
passeio.
-PRECISO IR PARA O HOTEL!
- Vamos, claro, quem aqui está sugerindo o contrário? disse
eu, sucumbindo ao apelo.
Cidade Proibida momentos antes do perrengue
Começamos a fazer o
caminho de volta e enquanto eu dava adeus a toda aquela suntuosidade, meu
marido avistou um tuk-tuk, carrinho típico da Ásia.
À simples menção que ele fez de entrar em um tuk-tuk, eu listei
os motivos para não fazê-lo. Eu havia lido em vários blogs que os condutores
enganam os turistas, levam para locais diferentes do solicitado, enfim, não são
nada confiáveis.
-Vou pegar aquele ali, a condutora é uma senhora, eu sou
três vezes maior do que ela! respondeu meu Golias.
Sucumbi mais uma vez. Entramos no tuk-tuk, não sem antes
perguntarmos o preço da “corrida”.
- Fifty! Respondeu a velhinha.
- Fifty? Five Zero? Buscamos nos certificar.
- Yes! Confirmou ela.
E lá seguimos nós, num tuk-tuk bem apressadinho, que deu uma
volta enorme e nos deixou na entrada de serviço do hotel.
Estranhamos, mas como a entrada principal do hotel ficava em
uma movimentada avenida, concluímos que os tuk-tuks não tinham permissão para
circular entre os veículos.
Meu marido, que a esta altura já estava verde, puxou a porta do carrinho tão logo estacionamos.
A indefesa velhinha segurou a porta e disse:
-Money first.
Ele, então, entregou os 50 yuans.
A velhinha, com um aceno negativo de cabeça, tirou do bolso
um papel plastificado, no qual estava escrito em inglês que qualquer
deslocamento custava 50 dólares por pessoa. Ou seja, a nossa volta no
quarteirão iria nos custar 100 dólares.
O gigante entrou em cena, dizendo que não iria pagar o que
praticamente havia pago do aeroporto até o hotel, que esse não era o valor que
havíamos combinado, etc., etc.
Eu já estava preparando a minha cara de “Eu avisei” quando
vejo três homens cercando o carrinho. Newton continuava esbravejando quando o
interrompi para informá-lo que havíamos caído em uma armadilha. E que era melhor ele dar
o dinheiro que tivesse ou Deus sabe o que fariam com a gente
naquela ruazinha deserta.
Certamente os homens haviam nos seguido de moto ou
bicicleta.
Mostramos o que tínhamos na carteira, que por sorte não era
muito, o equivalente a 50 dólares, pois sempre temos o cuidado de sair do hotel
apenas com o dinheiro que utilizaremos durante o dia.
A pobre, inocente e indefesa velhinha pegou o dinheiro e
abriu a porta do tuk-tuk. Entramos correndo no hotel e, pasmem, a bendita dor de
barriga passou.
Moral da história: Escute o que sua mulher diz. E vou mais
longe: não menospreze as dicas de blogueiros!
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