Quando decidimos morar no
exterior, pesquisamos vários blogs com relatos, dicas e conselhos de
brasileiros que mudaram de país.
Entretanto, nunca li nada sobre a
volta pra casa, que também requer preparação, organização e paciência. Por
isso, resolvi fazer este post, para ajudar aqueles que em breve estarão de volta ao
aconchego do lar.
Há várias providências a ser
adotadas além de cancelar planos de saúde, TV a cabo e devolver o imóvel
alugado. E tudo tem que ser pensado com antecedência.
1. Carro
Havíamos comprado nosso carro à
vista, logo que chegamos, pois não tínhamos histórico de crédito que nos permitisse
fazer um financiamento. Vendemos na CarMax, uma empresa que está presente em
várias cidades dos Estados Unidos e que compra e vende carros usados.
Fomos em um dia para eles fazerem
a avaliação, que tinha validade de uma semana. Como o carro foi bem avaliado,
voltamos lá alguns dias depois e saímos com o cheque nas mãos. Rápido e sem
complicação. Não precisamos sequer ir no DMV (Department of Motor Vehicles, o
Detran de lá) para fazer a transferência da titularidade. Eles providenciaram
tudo.
2. Móveis
Como disse no post em que falei
sobre a nossa mudança (link aqui), compramos móveis e vários utensílios
domésticos. Pensamos em mandar tudo para o Brasil, em um container, mas desistimos
devido à burocracia a que estaríamos sujeitos.
A exemplo da viagem de ida, no retorno
somente poderíamos despachar duas malas cada um, decidimos vender o que não
seria possível levar. Com o dólar nas alturas, pagar excesso de bagagem não
compensaria.
Utilizei alguns aplicativos
semelhantes à OLX. Foram eles: OfferUp, Letgo, Close5 e Craigslist. Além disso,
entrei em vários grupos de vendas do Facebook, não só da minha cidade como das localidades
vizinhas. E consegui vender praticamente tudo.
3. Malas
Por falar em malas, tínhamos
vontade de levar muitas coisas, mas o limite para toda a família era de 6 malas
de 32kg cada. Pode parecer muito, mas quando começamos a colocar roupas (inclusive
as de frio), sapatos, brinquedos, começamos a nos desesperar.
Primeira providência foi comprar
uma balança digital. Pagar pelo excesso de peso estava fora de cogitação.
Depois, seguindo a dica de uma
amiga, compramos sacos Ziploc que reduzem o volume da bagagem. Funciona assim:
Você coloca no saco as roupas que ocupam mais espaço, como casacos e moletons.
Com um aspirador de pó, você retira todo o ar do saco. A pilha que antes era
gigante fica bem pequena. E o melhor: o saco pode ser reutilizado. Comprei
vários e reduzi o volume das minhas malas a ponto de conseguir trazer até um
tapete!!!
Balança |
Malas Prontas!! |
4. Consularização de Documentos
No post que falo sobre a escola
do Tomás (link aqui), expliquei quais documentos precisei levar do Brasil.
Fazendo o caminho inverso, também precisei adotar algumas providências exigidas
pelas escolas brasileiras, a saber, a consularização dos documentos escolares
emitidos no exterior (diplomas, certificados ou boletins).
O consulado brasileiro mais
próximo da minha cidade era o Consulado do Brasil em San Francisco, que ficava
a mais ou menos 1 hora e meia de carro. Eu poderia fazer todo o trâmite via
Correios, mas preferi fazer pessoalmente.
Para consularizar documento
escolar, é necessário que o documento seja assinado pelo diretor da escola,
tenha sido impresso em papel timbrado e contenha carimbo da instituição.
Paga-se o valor de 5 dólares por documento e o recebimento é em 10 dias úteis.
Para esse tipo de serviço não é necessário agendamento, mas deve-se observar o
horário da distribuição de senhas no consulado.
Aproveitei que estava no consulado e solicitei o atestado de residência. Trata-se de um documento emitido em nome daqueles que residiram pelo menos um ano ininterrupto no exterior. Viagens ao Brasil, de curta duração, não prejudicam a emissão do documento. Para solicitá-lo, levei as últimas 12 contas de energia emitidas em nome do meu marido, além dos contratos de aluguel (esses apenas por precaução). Paguei uma taxa de 15 dólares e recebi também em 10 dias úteis. Utilidade do documento? Quando chegamos em São Paulo, ao passar na alfândega com malas gigantes, o fiscal da Receita fez menção de nos encaminhar para a revista de bagagem. Com o atestado em mãos desde que descemos do avião, dissemos apenas: -Estamos de mudança! E mostramos o documento. Seguimos em frente, junto com os demais.